domingo, 19 de setembro de 2010

chegar nem sempre é fácil

madri, primeira impressoes

a ansiedade da viagem sempre passa pra mim quando entro no aviao. dessa vez foi diferente. achei que ia protagonizar um episodio como o daquele ator global, que um dia teve um surto no aviao, causou, foi expulso e tal. e isso porque ele tinha uns lexotans. eu percebi que tinha deixado meu fitoterapico para ansiedade (sim, eu tenho isso) na mala que despachei.

entao, fui me controlando com os pontos de doin para ansiedade e tentando dormir o maximo de tempo possivel. mas era impossivel, ja que cada vez que eu fechava os olhos e embarcava num soninho, comecavam a vir as coisas mais esdruxulas e loucas na cabeca. como sonhos, mas comigo consciente. meio estranho. fora que vc vira de um lado pro outro de 7 em 7 minutos. (com um espanhol MALA do lado; era eu olhar pro lado que ele fazia uma carinha de enfado).

assim foram as 10 horas. quando cheguei em barajas ainda me sentia mal: "quero voltar. tomara que nao me aceitem. que me barrem, que achem que eu quero dar o golpe do bau em alguem". é, nem só de maravilhas é feita uma viagem. podem falar o que quiserem, mas quando a gente sente, sente.

aí voce passa pela imigracao querendo que ele te expulse (no fundo, nao) e ele nao te expulsa e nem quer ver nenhum documento. e sai andando por uns saguoes enormes seguindo as placas de equipage (bagagem) e acaba chegando numa escada rolante sem volta, sem escada que suba de volta (o madura ja tinha me avisado, mas eu nao sabia que era nessa hora), que te deixa na frente de uma estacao de trem. vc náo entende nada, tenta falar com alguem, mas todos estao ali, deve ser isso mesmo. vc entra no minimetro e desce no lugar das esteiras de bagagem. a minha chegou em uns 134 segundos, mais ou menos. peguei o carrinho e fui entender onde estava.

dai é que voce sai no loobby principal e fica ali, perdido en mi destino (parafraseando Mano Chao). E dai voce pega o mapa do metro e nao entende quais linhas e baldeacoes tem que fazer. Perguntei no balcao de informacoes, mas a mulher so me dizia: é fácil, voce vai ver, e divertido. OK, QUAL a estacion, por favor??? o cara da limpieza foi quem me mostrou as duas que deveria fazer e la fui.

meu primeiro contato real com alguem foi com um brasileiro, claro. ele foi quem um tanto me reconfortou, sem saber. estava indo para salamanca estudar, depois de viagem por aí. descemos na mesma estacao e seguimos para lados opostos. era jornalista e ja me esqueci o nome dele.

fiz a outra baldeacao e cheguei na estacion anton martin. meu hostel é há duas miniquadras dela, entao foi lindo para achar. so que cheguei muito cedo, o check in era so as 13h. deixei a mala grande depois de falar com o ibraim, um senagales gente boa e fui ver o que tinha ao lado.

era sabado, umas 10 da manha (pra mim, 5h antes), todo cerrado. fui parar num boteco de cara boa pra tomar um cafe com leite e pao com manteiga. que o cara achou estranhissimo. pedi pra ele colocar umas fatias de jamon crudo em cima e ele ficou mais tranquilo. dai percebi que tinha duas putas com dois moleques e eles pareciam estar virados da sexta pro sabado (um deles sentou do meu lado, super respeitoso, pediu um cigarro, super respeitoso e me pergunta DONDE ESTOY?, hahaahahah, eu, que tinha acabado de chegar, pelo metro e so tinha visto 2 ruas, falei metro anton martin, e o cara no seu celular multiultra entrou nuns mapas e gps e viu que estava muito longe de casa.)

foi quando fumei meu primeiro cigarro em um ambiente fechado que nao a minha casa em um ano e tanto, aqui em madri se pode fumar em todos os bares e restaurantes. foi estranho, me acostumei, e acho estranho. mas prazeroso.

dai sai andando pro jardin botanico de madrid, bem perto de meu hostel. ai tambem estao os principais museos, mas eu tava sem cabeca pra isso. andei pelos jardins, deitei num banco e dormi por uma horinha, trocando de banco quando o sol ia embora, porque faz 29 graus, mas na sombra é meio geladinho (ou foi o banco de pedra?).

ao lado mesmo do jardin botanico esta o museo del prado. la fui. colecao permanente do museo mais uma exposicao do turner que esta fazendo sucesso aqui. peguei o ingresso, mas para a do turner tinha que esperar uma hora. fui ver a colecao.

estava muito cansada, sem paciencia para ficar vendo velharias (sim, amigos, é isso que o jet lag faz com a pessoa), mas me encantaram algumas obras: a anunciacao, de fra angelico, um classico das aulas de historia da arte, porque a composicao foi diferente de tudo o qyue se fazia, e se me lembro, as cores da manta de maria fora trocadas (sempre era retratada em azul e naquele quadro nao). ha outras coisas que nao me lembrava, e tentava me lembrar das pessimas aulas do paulo khul na unicamp, quando ele deixava a coisa ser chata.... mas ver aquilo de frente foi incrivel, tao difrente das reproducoes timidas. tem uma luz que chega do ceu ate maria (na hora da anunciacao!) que é dourada! mesmo, uma tinta dourada que deve mesmo ser ouro. e ela se pronuncia de uma maneira incrivel no quadro.

outra ala que me impressionou foi a das pinturas historicas. vou ter que voltar (o ingresso é algo como 15 euros, mas como tenho a carteirinha de imprensa, nao pago, portanto as voltas náo doem no bolso). alias, porque na hora que fui ver a expo do turner a coisa tava impossivel. fila pra ver quadro. detesto exposicao assim. impossivel. e o turner foi um dos caras que me influenciou a poder fazer artes plasticas. eu gostava MUITO dele antes de entrar na faculdade, ele tem a coisa das marinhas que é incrível. sempre gostei muito mesmo. depois, na facul, me distanciei, preferindo os modernos e os contemporaneos. mas o cara é foda e vou voltar pra ver direito, sem fila.

alias, tem sempre coisinhas tao lindas nas lojinhas dos museos que voce tem que ficar esperto pra nao gastar a cota do dia em bobagem. (nao comprei nada porque minha mochila teve que ficar no guarda-volume por causa do netbook do clayclay _obrigada, clayton, esta sendo de muita serventia!!!!!!!! nao sei que presente posso levar pra que fique feliz)

saindo do prado tava mais cansada ainda. era fisico, mas tb a paranoia psicologica. dai resolvi pegar o bus turistico que faz o trajeto pela madrid moderna. (nao briguem comigo, era uma area que nao pretendia ver mesmo, e achei que indo sentadinha, ouvindo infos turisticas e tal seria bom). e foi, porque conheci um lugar que realmente nunca iria a pe, nem gastaria tempo para ver. super rico, cheio de lojas incriveis onde uma bolsa custa 1200 euros e tal.

na volta, desci no prado de novo e fui pro hostel, onde cai na cama pra descansar. tava dificil olhar pra mala, quanto mais abrir. dormi, acordei, tomei um banho e fui comer qualquer coisa na esquina, so queria dormir (inutil dormir que a dor nao passa, diria chico)

mas passou.

amanha tem o dia 2, muito muito tranquilito!

Um comentário:

Clayton disse...

Fefa, aproveita aí e não esquenta a cabeça :)
e ponha bilhões de fotos